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Economista: EUA criam 'massa financeira impagável' por privilégio de gastar sem ter que produzir.

Reportagem de Lucas Baldez


Com dívida pública que já supera os US$ 30 trilhões e crescente elevação da taxa de juros, EUA ainda conseguem se financiar devido à força do dólar no mercado mundial. Especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil explicaram como funciona a cadeia monetária que beneficia Washington, cada vez mais questionada por outros atores econômicos.


A lenta recuperação global após a pandemia de COVID-19 e a nova configuração geopolítica devido ao conflito na Ucrânia têm elevado as preocupações no Ocidente com relação à economia dos Estados Unidos.

Isso porque Washington não tem demonstrado o mesmo fôlego de décadas passadas para ajudar a reativar a economia mundial, principalmente a de países dependentes do sucesso norte-americano.

Após queda de 3,5% em 2020 e alta de 5,7% em 2021, o produto interno bruto (PIB) dos EUA acumula dois recuos trimestrais consecutivos neste ano, de 1,6% (de janeiro a março) e de 0,9% (de abril a junho), aumentando o risco de recessão no país.

Em outra ponta, a dívida pública norte-americana segue com viés de alta. Segundo dados do Departamento do Tesouro, a dívida total do país é de US$ 30,9 trilhões (R$ 158,5 trilhões) e caminha para atingir US$ 31 trilhões (R$ 159 trilhões) ainda neste mês.

Com um PIB em valores absolutos estimado na casa dos US$ 24 trilhões (R$ 123 trilhões) em 2022, a relação dívida/PIB do país tem girado em torno de 130% desde meados de 2020. E a tendência, ao menos por enquanto, é que a dívida norte-americana continue subindo, já que, para tentar conter a escalada da inflação, o Federal Reserve (Fed), o banco central do país, aumentou as taxas de juros em 0,75% na última quarta-feira (21). Com o reajuste, o intervalo passa de 2,25% a 2,5% para 3% a 3,25%.


Diante desse cenário negativo para os EUA, economistas consultados pela Sputnik Brasil avaliam que o trunfo que sustenta a economia norte-americana continua sendo o dólar. Embora venha perdendo força, a moeda ainda é o principal meio de troca em transações internacionais, mantendo a relevância dos títulos da dívida pública norte-americana.


Efeitos do aumento da taxa de juros pelo Fed no mundo

Em cenários de curto e médio prazos, a economista e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) Carla Beni não vê risco de crédito global com o aumento da dívida norte-americana.

"As finanças americanas não estão fora de controle porque é uma dívida que está sendo gerenciada, aprovada pelo Congresso", diz a especialista, em entrevista à Sputnik Brasil.

Ela aponta que quando os EUA sobem a taxa de juros, provocam um "impacto muito grande para o resto do mundo", mas não internamente.

"Se o título soberano americano, que é considerado o papel de menor risco no cenário internacional, remunera um valor maior, passa a haver pressão sobre a taxa de juros de países emergentes. O impacto no resto do mundo sempre é muito relacionado à elevação da taxa de juros do Fed", afirmou.


Em dezembro do ano passado, o Congresso norte-americano aprovou a elevação do teto da dívida do governo federal de US$ 28,9 trilhões (R$ 147,8 trilhões) para US$ 31,4 trilhões (R$ 160,6 trilhões).


A economista da FGV destaca que, recorrentemente, o Congresso norte-americano se reúne para aprovar o aumento do limite da dívida, independentemente do partido à frente do governo federal.

"Há que se considerar que a economia dos EUA está há décadas em um processo de guerra, que custa muito caro. Então quanto mais guerra, maior é a despesa. Por isso a previsão orçamentária pode vir a ser alterada ao longo do ano, justamente por essas questões", explicou.


Leia a matéria completa, clicando no link:

https://sputniknewsbrasil.com.br/20220922/desdolarizacao-comprometera-endividamento-eterno-ilimitado-eua-economista-24954587.html

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